BOHEMIAN RHAPSODY, 2018 — BRIAN SINGER
Se os donos da gravadora acharam que à época Bohemian Rhapsody seria longa demais com seus homéricos 6 minutos e que com isso não emplacaria nas rádios, os produtores do filme Bohemian Rhapsody poderiam ter feito jus à música e idealizado um longa de mais de três horas. Aos fãs do Queen e tudo o que ela representa esse filme é um presente, os momentos musicais são absurdos ao ponto de provocar um breve choro na recriação do LiveAid, mas tudo isso porque é o Queen, tem que ser desse jeito, é obrigação moral retratar a banda como uma realeza. Mas a gente queria mais, queria vê a banda surgindo em mais cenas, queria vê os diálogos entre a família conservadora e mais do Freddie antes de ser Freddie. Onde estão os problemas de começo de carreira do grupo? Cadê os ataques de histeria do Mercury (inclusive no Rock In Rio)? A relação com sua sexualidade? A descoberta da AIDS? Os problemas apresentados foram resolvidos com música, sempre com música, eu queria o drama.
De qualquer forma, a atuação de todo o elenco é primordial, em especial a de Rami Malek, não esperava algo tão bom e vale destacar a personificação de Gwilym Lee como Brian May. Bohemian Rhapsody como um show de uma das maiores bandas já ouvidas é apoteótico, como filme é … nem queria falar isso, mas é só bom.